segunda-feira, 6 de junho de 2016

Vacinas previnem câncer de colo de útero e de fígado

O Dia Nacional da Imunização (09 de junho), reforça a prevenção de doenças através de vacinas. Com o sistema imune e apto a combater os vírus HPV e das hepatites B e C, o corpo consegue impedir o desenvolvimento do câncer
O câncer do colo uterino é o segundo mais frequente entre mulheres no Brasil, perdendo apenas para o câncer de mama. O câncer de fígado é menos frequente no país, mas tem incidência maior no Rio Grande do Sul e na região Norte. Nos dois casos, os cânceres são causados por infecção, pelo vírus HPV e vírus B e C da hepatite, respectivamente. A boa notícia é que é possível impedir estes vírus permanecerem em nosso organismo com uma medida simples e eficaz: a vacinação.

De acordo com o oncologista clínico do Centro de Tratamento do Câncer (CTCAN), Dr. Álvaro Machado, estes vírus causam inflamação crônica, no colo do útero, mucosa da vagina, vulva e ânus (HPV) e no fígado (HBV e HCV), além de se incorporarem ao DNA das células promovendo alterações nos genes até que, ao longo de vários anos, elas se transformam em malignas. “As vacinas agem desenvolvendo a imunidade contra estes vírus, antes da pessoa ter contato com eles. Com o sistema imune já apto a combatê-los, quando somos contaminados, conseguimos debelar a infecção, impedindo o desenvolvimento da doença. Como o vírus não permanece no nosso organismo, pois foi efetivamente combatido, não ocorrem os efeitos inflamatórios crônicos e alterações no DNA celular”, explica o oncologista.

As estatísticas são escassas, mas a estimativa é de que 50% dos adultos, homens e mulheres, estejam contaminados pelo HPV e 50% destes sejam sorotipos de alto risco para desenvolver o câncer. Sobre a hepatite viral as informações disponíveis apontam para 151 casos/100 mil habitantes para hepatite C e 17 casos/100 mil habitantes para hepatite B. A imunização é a forma mais adequada de evitar a propagação dos vírus. Conforme Machado, os vírus B e C da hepatite são transmitidos por seringas e agulhas compartilhadas e durante o ato sexual, e o HPV pelo ato sexual. “Apesar de todas as medidas preventivas, como uso de preservativo, não conseguimos eficácia total. A vacinação nos torna imune, não sendo possível o vírus nos contaminar”, alerta.

Quem deve se vacinar?
A vacinação contra o HPV é indicada pelo Ministério da Saúde para todas as meninas antes dos 12 anos de idade. Sociedades Médicas recomendam também para os meninos nesta faixa etária e para mulheres que ixsejam sorologicamente negativas para os subtipos de HPV da vacina. Já a vacina contra hepatite B é indicada pelo Ministério da Saúde para homens e mulheres até 49 anos de idade. As duas vacinas, tanto a quadrivalente do HPV, como a vacina contra a hepatite B, devem ser tomadas em três doses. “A vacina contra o vírus B da hepatite (Hepatite B) tem eficácia acima de 90% para todos os sorotipos do vírus B. Contra o HPV temos a vacina bivalente e tetravalente no Brasil. A vacina tetravalente é disponível no sistema público para meninas até 12 anos de idade e sua eficácia é em torno de 97% contra os sorotipos 6, 11, 16, e 18”, finaliza Machado.

Dia Nacional da Imunização
O Dia Nacional da Imunização (09 de junho), reforça a importância da prevenção de doenças através de vacinas, método mais seguro e eficaz de o organismo adquirir imunidade contra doenças, inclusive contra estes tipos de câncer. O objetivo da data é conscientizar ainda, a população sobre a importância de manter todas as principais vacinações em dia, diminuindo a probabilidade de contrair diversas doenças, como a caxumba, o sarampo, o tétano e até a gripe.

O termo “vacina” é derivado do latim materia vaccinia (substância que vem da vaca). Esse nome deve-se à primeira vacina contra a varíola, criada pelo médico inglês Edward Jenner, ao perceber que após contrair a varíola bovina, as pessoas ficavam imunes a varíola humana. Porém, foram 20 anos de pesquisas. Em 1796, o Dr. Edward Jenner vacinou com êxito um menino, injetando a secreção das fístulas de uma vaca com varíola nele. Algumas semanas depois, inseriu na criança a varíola humana e este não adoeceu.

O Ministério da Saúde do Brasil, como meio de lembrar a população da importância das vacinas, criou o Programa Nacional de Imunizações. A ideia é estabelecer um calendário nacional de vacinações contra as principais doenças que atingem crianças, jovens, adultos, idosos e gestantes.
Fonte: DM

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