A chama que simboliza as comemorações da Semana Farroupilha no mês de setembro também se funde à identidade gaúcha. No interior do Rio Grande do Sul, um fogo de chão aceso em um galpão de uma fazenda se mantém aceso há mais de 200 anos.
Na Fazenda Boqueirão, em São Sepé, na Região Central e a cerca de 300 quilômetros de Porto Alegre, vive a família Simões Pires, que tem raízes e presença na história do estado desde o século 18. É terreno deles que se mantém intacto o galpão onde o fogo foi aceso pela primeira vez. O espaço se torna quase um ponto turístico.
“A gente associa à época que o galpão foi construído, que foi no inicio de 1800. Então, provavelmente, desde essa época que existe o fogo”, afirma Gilda Simões Pires, proprietária das terras. Muitos membros da família foram ligados à politica de São Sepé e ajudaram a elaborar um pouco da história do estado.
Preservada do calor, a cadeira usada por David Canabarro é relíquia. Na casa, há uma réplica, já que a original foi doada para o museu da cidade. “A gente sempre pergunta para as pessoas de uma maneira ou outra o que sentiu aqui dentro do galpão, e principalmente pessoas que têm suas raízes no interior do estado dizem que sentem alguma coisa muito emocionante. É voltar no tempo”, completa.
Além do passado, o fogo também simboliza o futuro. Com a proximidade do dia 20 de setembro, os cavaleiros repetem as cavalgadas em busca da Chama Crioula, uma tradição que começou em 1947, quando até então o fogo era símbolo apenas da pátria.