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De acordo com Ceccon a investigação ainda deve apurar, quais farmácias recebiam os medicamentos controlados, sem a nota fiscal, fato que facilitava a venda sem a exigência de receituário médico e de que local vinham os produtos apreendidos sem nota nos estoques das empresas. "Não descartamos que estes medicamentos eram comprados de uma forma fria ou até mesmo de carga roubada", relatou o delegado.
Conforme o auditor fiscal da Receita Estadual em Erechim, Ulisses Forlin Júnior, um grupo especializado do órgão faz um trabalho especial para apurar suspeitas de sonegação fiscal, em que o grupo teria feito adulteração de notas fiscais para a venda final dos produtos, com objetivo de não pagar impostos. "Na venda de medicamentos em que as distribuidoras entregam para as farmácias, elas precisam recolher além do seu imposto o tributo da venda para farmácia e do consumidor. Neste caso a suspeita é que as notas eram adulteradas para que este imposto não fosse pago, pois as distribuidoras quando entregam para os hospitais são isentas destes encargos, que ficam a cargo apenas do fabricante", comenta.
Com este sistema fraudulento a Receita Estadual, acredita que as distribuidoras tenham faturado entre 33% a 62% do valor final de cada medicamento vendido de forma irregular no varejo. "Além da questão de sonegação, existe a suspeitas do envolvido de farmácias de todo o estado, que teriam comprado sem a nota fiscal, também para abater tributos. Se a prática for confirmada os responsáveis devem ser autuados também", finalizou o auditor.
O casal de empresários presos Diego Fosatti (33) e Manuela Sanoneske Haas (32), seguem detidos no Presídio Estadual de Erechim. A farmacêutica Danielle de Oliveira Constante Barros (37), foi liberada para responder ao processo em liberdade na última sexta-feira (29). A defesa dos suspeitos foi procurada pela reportagem do Jornal Bom Dia, mas até a postagem desta matéria não se manifestou.